Mostra em São Paulo celebra produção de cineastas negros no Brasil
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Uma seleção de filmes brasileiros realizados por cineastas negros ou que tenham protagonistas negros é a proposta da OJU-Roda Sesc de Cinemas Negros, que chega agora à sua quarta edição e pretende destacar a importância histórica do audiovisual e sua contribuição para a descolonização do olhar.
O nome do evento vem do Yorubá, em que a palavra ojú significa olho. A escolha por esse nome, destaca o Sesc, é porque o contato com o cinema se inicia justamente pelo olhar. Já a escolha por roda de cinema, informa a instituição, significa a possibilidade de ocorrer maior aproximação entre as pessoas, uma forma de elas compartilharem histórias e construírem narrativas.
Com programação que reúne filmes, debates, oficinas, rodas de conversa e shows, a mostra multicultural é dedicada a evidenciar a diversidade de criadoras e criadores negros e a potência do cinema brasileiro, buscando valorizar a diversidade e a força política do audiovisual negro.
A maior parte das atividades é gratuita e aberta a todos os públicos, ampliando o acesso e o diálogo com diferentes comunidades. Fazem parte da programação as unidades do Sesc instaladas na região metropolitana de São Paulo (Cinesesc, 24 de Maio, Belenzinho, Campo Limpo, Centro de Pesquisas e Formação do Sesc CPF , Pompeia, Vila Mariana e Osasco) e algumas unidades localizadas no interior e litoral paulista (Araraquara, Bauru, Birigui, Campinas, Franca, Registro, Ribeirão Preto, Rio Preto, Santos, São Carlos e São José dos Campos). Além disso, parte dos filmes também será exibida no campus da Universidade Zumbi dos Palmares, na capital paulista.
O evento será aberto no Cinesesc, na capital paulista, na noite da próxima quarta-feira (3), com a pré-estreia do filme Suçuarana, de Clarissa Campolina e Sérgio Borges. No enredo, uma mulher de espírito nômade busca seu espaço no mundo. Dora, a protagonista, vive há mais de dez anos pelas estradas brasileiras em busca de Suçuarana, uma terra desconhecida e aparentemente misteriosa que sua falecida mãe mencionava.
A programação também prevê a exibição de curtas e de longas como Brasiliana: o Musical Negro que Apresentou o Brasil, de Joel Zito Araújo, eleito melhor projeto de documentário Brasil Cinemundi 2017; Malês, com direção de Antônio Pitanga e roteiro de Manuela Dias, baseado em fatos históricos e que retrata a Revolta dos Malês, a maior revolução da história do Brasil organizada por pessoas negras escravizadas na Bahia; e Kasa Branca, de Luciano Vidigal, premiado no Festival Internacional de Cinema de Torino.
O festival vai até o dia 11 de setembro. Mais informações sobre os filmes que serão exibidos e a programação podem ser consultados no site do evento.