'R$ 500 milhões em mobilidade não solucionam trânsito letal e gestão problemática da RPMOBI"

Investimentos do Ribeirão Mobilidade eleva o municipio ao 4º transito mais letal do páis e multas da RIBMOBI disparam, uma equação incompreensível

, atualizado

Compartilhar notícia

Comentário sobre a matéria
Comentário sobre a matéria - Foto: 35ª Edição do Jornal Ribeirão
Comentário sobre a matéria - Foto: 35ª Edição do Jornal Ribeirão

Apesar do expressivo investimento realizado pela Ribeirão Mobilidade em obras de mobilidade e transporte público, que totalizou aproximadamente 500 milhões de reais, os resultados positivos esperados dessas intervenções não estão sendo percebidos pela população de Ribeirão Preto. O fato de a cidade ser classificada como uma das que registram maior número de mortes no trânsito evidencia que a infraestrutura e as políticas públicas implementadas até o momento não têm sido eficazes para promover a segurança e a qualidade de vida dos ribeirão-pretanos.

A falta de eficiência e transparência na gestão da RPMOBI, empresa responsável pelo gerenciamento do trânsito na cidade, também contribui para a ineficácia dos investimentos feitos pela Ribeirão Mobilidade. A RPMOBI enfrenta dificuldades financeiras e operacionais, com um modelo de negócio baseado quase que exclusivamente na arrecadação de multas, o que demonstra a necessidade urgente de uma reestruturação e uma gestão mais eficiente e responsável.

É fundamental que os órgãos responsáveis atuem de forma conjunta para reverter esse cenário negativo, buscando soluções que realmente melhorem a mobilidade urbana em Ribeirão Preto e garantam a segurança e o conforto dos cidadãos. A Ribeirão Mobilidade deve acompanhar e suportar o desenvolvimento da cidade de forma adequada, priorizando a qualidade de vida da população e a sustentabilidade do sistema de transporte público. A população de Ribeirão Preto merece um trânsito mais seguro e eficiente, que contribua efetivamente para o bem-estar da comunidade.

O que chama a atenção, diante desta equação que não fecha, é que todas as autoridades e gestores tratam a RPMOBI como se fosse uma simples fornecedora, desconsiderando o fato de que a empresa pertence ao patrimônio do município. Em sua segunda passagem, o gestor da empresa não respondeu se prestava contas à acionista majoritária, no caso, o Prefeito Ricardo Silva. Já a equipe do Prefeito se resume a dizer, genericamente, que acompanha os números da empresa municipal e que o antecessor poderia ter adotado medidas mais eficazes; por sua vez, a equipe do ex-prefeito afirma que a empresa pública tem uma dinâmica diferente da prefeitura, o que nos leva a acreditar que a RPMOBI é uma empresa literalmente sem dono.

Quanto aos vereadores, que acompanham décadas de prejuízos, desmandos e uma fábrica de cabides de empregos, nunca cogitaram convocar gestores das empresas municipais ao primeiro sinal de desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) ou de déficit trimestral para dar explicações no plenário da Câmara Municipal. Tampouco editaram lei obrigando o envio de relatórios financeiros trimestrais à comissão permanente competente para o assunto.